Univali é habilitada pela Anvisa para realizar análises de produtos à base de cannabis
Resolução publicada no Diário Oficial amplia o escopo da universidade na Reblas e fortalece o controle de qualidade no país

Foto: Dales Hoeckesfeld | #PraTodosVerem: Foto mostra um cientista em um laboratório branco e moderno, interagindo com equipamentos de instrumentação analítica.A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) passa a integrar oficialmente o grupo de instituições habilitadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar análises de produtos derivados de cannabis. A autorização consta na Resolução-RE nº 4.076, publicada no Diário Oficial da União de 20 de outubro de 2025 (Edição 200, Seção 1, Página 151), e amplia o escopo da universidade na Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas).
A medida segue uma diretriz recente da agência. Desde oito de setembro de 2025, laboratórios analíticos, públicos ou privados, habilitados pela Anvisa, estão oficialmente autorizados a realizar análises de produtos de cannabis.
A habilitação permite que a Univali realize ensaios de controle de qualidade (ECQ) em produtos à base de cannabis, conforme previsto no Artigo 5º da Resolução RDC nº 928/2024, reforçando o compromisso da universidade com a segurança, a eficácia e a confiabilidade desses compostos no mercado nacional.
#PraTodosVerem: Foto de um pesquisador usando um microscópio e pinças para analisar amostras em um ambiente de laboratório.“Isso representa um marco para a pesquisa aplicada e o fortalecimento da rede científica nacional. A Univali tem estrutura, conhecimento técnico e experiência para contribuir com análises de alta precisão, oferecendo suporte às políticas públicas e às demandas das associações de cannabis”, afirma especialista em Tecnologia Farmacêutica, professora Ruth Meri Lucinda.
Além de consolidar a presença da universidade na Reblas, a nova autorização abre caminho para estudos mais abrangentes sobre compostos bioativos e potenciais efeitos terapêuticos dos canabinoides. De acordo com a professora Márcia Maria de Souza, pesquisadora em Farmacologia Experimental, a Univali já vem desenvolvendo investigações pré-clínicas envolvendo canabinoides sintéticos e/ou naturais com ênfase em modelos de epilepsia e autismo. “Além disso, temos aprofundado o debate sobre cannabis medicinal em eventos realizados tanto pela nossa universidade quanto por instituições parceiras do sistema ACAFE, consolidando o engajamento acadêmico ao longo dos últimos anos”, afirma a professora.
#PraTodosVerem: Foto em close de um conta-gotas pingando um líquido amarelo-esverdeado em um pequeno frasco âmbar, com um fundo verde de folhagem desfocada.“O país ainda enfrenta barreiras para garantir acesso a produtos seguros e devidamente analisados. Esse avanço é um passo decisivo para fortalecer a confiança da sociedade e apoiar as associações que lutam por validações técnicas de qualidade”, acrescenta Márcia.
A nova habilitação reforça a posição da Univali como referência em ciência, inovação e impacto social no Sul do Brasil. A instituição mantém laboratórios com infraestrutura certificada, pesquisadores com sólida formação acadêmica e histórico de colaboração em projetos nas áreas de fitoquímica, farmacologia e biotecnologia.
“Nosso interesse é participar de conversas que promovam o avanço do conhecimento e a segurança dos consumidores. Essa é uma conquista não apenas da universidade, mas de toda a comunidade científica que atua com responsabilidade nesse tema”, conclui Ruth.
A decisão da Anvisa contribui diretamente para o fortalecimento do ecossistema regulatório da cannabis medicinal no Brasil, ampliando o número de laboratórios habilitados a realizar ensaios oficiais e consolidando a integração entre ciência, vigilância sanitária e inovação.
Expansão e mudanças
#PraTodosVerem: Foto de uma mão com luva azul segurando pinças com um botão de flor seca sobre frascos abertos com mais botões de flor e uma prescrição médica em papel.O mercado de cannabis medicinal no Brasil passa por um momento dinâmico, marcado por queda de preços, maior profissionalização e revisão regulatória. Nos últimos meses, farmacêuticas reduziram em até 40% o valor de produtos à base de canabidiol, buscando ampliar sua participação e impulsionar o crescimento do setor.
Paralelamente, a indústria acompanha a expectativa de revisão da RDC 327/2019 pela Anvisa, norma que propõe regras menos restritivas para prescrição e venda, além de permitir que farmácias de manipulação comercializem produtos com CBD. A atualização também prevê a renovação das autorizações sanitárias por mais cinco anos, condicionada à vinculação a estudos clínicos.
Especialistas apontam que a agência ainda deve avaliar, em breve, as regras de importação, garantindo maior equilíbrio no mercado e criando oportunidades competitivas para todos os agentes do setor.
Mais informações:
- Laboratório de Farmacologia Experimental in vivo (47) 3341-7932 / 5558
- Laboratório de Pesquisa em Tecnologia Farmacêutica (47) 3341-7540 / 7811



