Professora da Univali recebe Prêmio Simeão 2025 por sua atuação em defesa da igualdade racial
Flávia Cristina Oliveira Santos une prática acadêmica e compromisso social na construção de uma justiça mais inclusiva

Foto: Humberto Rosa/ Secom Itajaí #PraTodosVerem: Imagem de duas mulheres abraçadas e sorrindo no palco, com um grande busto preto em primeiro plano e um painel de pôr do sol africano ao fundo.A professora e advogada Flávia Cristina Oliveira Santos, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), recebeu, na noite de terça-feira (11), o Prêmio Simeão 2025, concedido pela Prefeitura de Itajaí a personalidades negras que transformam conhecimento, justiça e cidadania em impacto social. A cerimônia foi realizada no Teatro Municipal do município, durante a Noite das Personalidades Negras, evento promovido pela Secretaria de Assistência Social e da Cidadania em parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra de Itajaí (CONEGI).
Responsável pelo Escritório Modelo de Advocacia da Univali, Flávia atua nas áreas de Direito do Trabalho, Administrativo, Constitucional, Ambiental e Direitos Difusos e Coletivos, unindo o saber jurídico à prática transformadora que forma estudantes e fortalece a cidadania.
“Sinto-me profundamente honrada em receber o Prêmio Personalidades Negras Simeão 2025, pelo reconhecimento à contribuição ao desenvolvimento e à luta pelos direitos de equidade racial”, afirma Flávia Cristina Oliveira Santos. “Esta homenagem tem um significado ainda mais especial por estar referenciada em Simeão, homem preto escravizado nesta cidade de Itajaí, figura fundante – como todos os demais pretos – da construção do nosso país”, orgulha-se.
Além de Flávia, também foram reconhecidos Sidneia Silva dos Santos, Marcos Costa Melo da Silva, Rodrigo Nascimento e Marcílio Dias (In Memoriam), nomes que representam o protagonismo negro na educação, na saúde, no esporte e na história itajaiense.
Foto: Humberto Rosa/ Secom Itajaí #PraTodosVerem: Foto de um grande grupo de premiados de pé no palco, com alguns segurando troféus Busto Simeão, em frente a um painel de fundo que retrata um pôr do sol africano.“Homens e mulheres negros, quando têm oportunidade de desenvolver suas atividades profissionais, mostram toda sua capacidade e conquistam, com mérito e resistência, seus espaços na sociedade”, destaca a professora.
Para a Univali, o reconhecimento à professora Flávia reforça o papel da universidade como agente de transformação social, comprometida com a diversidade, a inclusão e a formação de profissionais éticos e conscientes. O trabalho desenvolvido no Escritório Modelo de Advocacia aproxima o ensino jurídico da comunidade e traduz o conhecimento acadêmico em ações de impacto coletivo.
“Sigo firme no propósito de trazer para perto os iguais, inspirar e caminhar junto na luta por reparação e equidade racial”, conclui Flávia Cristina Oliveira Santos.
Valorização, memória e reparação
Criado pela Lei nº 6.206/2012 e reformulado pela Lei nº 7.431/2022, o Prêmio Simeão reconhece histórias de superação, liderança e protagonismo de pessoas negras que, por meio de suas ações, constroem uma sociedade mais justa e plural. Cada homenageado recebe um mini busto de Simeão, símbolo da resistência e da memória da população negra que ajudou a erguer Itajaí.
O Prêmio Simeão consolidou-se como um marco de valorização da presença negra na história e no futuro do município, lembrando que reconhecer é também reparar, e celebrar é perpetuar o legado de quem transforma resistência em esperança.
Para a Secretaria de Assistência Social e da Cidadania, a premiação é uma ferramenta de conscientização sobre equidade racial, diversidade e valorização das origens, além de promover a reflexão sobre o protagonismo da população negra na construção da história de Itajaí e do Brasil.
#PraTodosVerem: Foto de um grupo de pessoas em trajes coloridos de estilo africano se apresentando em um palco iluminado com uma tela de pôr do sol ao fundo.Simeão: símbolo de memória e resistência
A figura que inspira o nome da premiação, Simeão, foi um homem negro escravizado por Agostinho Alves Ramos, fundador de Itajaí. Simeão foi responsável pela construção da primeira capela da cidade, erguida no local onde hoje está a Igreja Imaculada Conceição, inaugurada em 1823.
Sem registros fotográficos, sua história foi reconstruída por meio de um extenso trabalho de pesquisa da Fundação Genésio Miranda Lins, que incluiu estudos realizados na África para chegar a uma representação fiel de suas origens.
A partir desse estudo nasceu o busto de Simeão, que hoje figura entre as personalidades que ajudaram a construir a Vila de Itajaí. Inspirado nessa escultura, o prêmio concede a cada homenageado um mini busto de Simeão – símbolo da resistência, da ancestralidade e do legado da população negra na formação da cidade.
#PraTodosVerem: Colagem de quatro imagens que documentam o "Prêmio Simeão 2025", mostrando a professora Flávia Cristina recebendo o troféu no palco, posando com o prêmio e um buquê, e com sua família em frente a um mural temático.


