Univali forma primeira turma de Taxidermia e reforça compromisso com preservação e pesquisa
Curso integra técnica, ética e conservação para qualificar profissionais em uma área carente no país

Foto: Dales Hoeckesfeld | #PraTodosVerem: A foto mostra uma criança com uma lupa observando de perto um pinguim taxidermizado. Sabe aqueles animais que vemos em museus, usados para estudos e exposições científicas, preservados com aparência natural? Para que eles cumpram esse papel educativo, existe um trabalho técnico e minucioso chamado taxidermia – processo que prepara e conserva espécimes para que sigam contribuindo com a pesquisa, a formação de profissionais e a compreensão da biodiversidade.
Apesar da relevância desse trabalho, o país ainda carece de especialistas na área. É nesse cenário que a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) dá um passo importante ao formar sua primeira turma do Curso de Taxidermia, reforçando o compromisso institucional com preservação, educação e pesquisa.
A formação ocorreu em dois encontros aos sábados (29/11 e 06/12), reunindo cerca de 20 participantes entre acadêmicos, egressos e profissionais da área da biologia. As vagas foram preenchidas imediatamente após o lançamento, demonstrando a demanda reprimida por capacitação.
Foto: Aline Lima | #PraTodosVerem: Foto de um grupo de estudantes em jalecos brancos trabalhando na taxidermia de pequenas aves em mesas de laboratório.Ao longo da formação, realizada nas dependências do Laboratório de Anatomia da Univali no campus professor Edison Villela (Itajaí), os alunos receberam orientações sobre princípios fundamentais da taxidermia, protocolos de ética e segurança, preparação de animais e técnicas aplicadas por profissionais que atuam em museus e instituições de pesquisa. As atividades práticas foram conduzidas sob supervisão, permitindo que cada participante compreendesse o processo completo – da chegada dos espécimes ao destino final em exposições ou ações didáticas.
Técnica e sensibilidade
Para o taxidermista do Museu Oceanográfico da Univali e ministrante do curso, Gerson Motta, a prática une técnica e sensibilidade. “Cada espécime que chega ao museu passa por um processo rigoroso de preparo, sempre com respeito e propósito educativo”, diz. Segundo ele, essa continuidade simbólica permite que animais que já não estão na natureza sigam contribuindo para a pesquisa, para a formação de novos profissionais e para a preservação das espécies.
Os animais chegam ao Museu Oceanográfico da Univali de diferentes formas: muitos são encontrados mortos nas praias ou não sobrevivem a atendimentos veterinários realizados pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP). Nessas situações, os espécimes são congelados e posteriormente encaminhados ao laboratório do museu, onde passam pelo processo de taxidermia e são identificados para fins educativos ou científicos.
Foto: Aline Lima | #PraTodosVerem: Foto de um grupo de estudantes em jalecos brancos trabalhando na taxidermia de pequenas aves em mesas de laboratório.Durante o curso, Gerson Motta, que conta com mais de 30 anos de experiência, destacou a importância da formação profissional. “A área ainda carece de profissionais e iniciativas como esta ajudam a revelar que a taxidermia é um campo possível para quem deseja atuar com conservação. Com orientação adequada e dedicação, é plenamente possível desenvolver as habilidades necessárias”, detalhou.
A etapa final do curso, realizada neste sábado (06), marcou a conclusão da capacitação. Os participantes finalizaram seus projetos práticos, receberam orientações individuais e revisaram técnicas aprendidas ao longo dos dois dias. O momento reforçou o valor do aprendizado aplicado, destacando o comprometimento dos alunos e o acompanhamento atento do orientador.
Foto: Gerson Motta | #PraTodosVerem: Imagem de uma ave grande, escura e taxidermizada em uma mesa, com seu corpo e bico amarrados com barbante branco para manter a pose.Para a professora Emiliana Campos Silva, coordenadora dos Cursos Livres da Univali, a procura pela formação corrobora com o papel estratégico do setor. “A abertura desta primeira turma confirma a importância de ampliar oportunidades e atender demandas emergentes da sociedade. A procura imediata evidencia o interesse por áreas especializadas e reforça a relevância de criar caminhos para que mais pessoas possam se qualificar”, esclarece. Ela acrescenta que oferecer formações como esta fortalece o compromisso da Univali com a pesquisa, com a educação e com a preservação da biodiversidade. “Nosso objetivo é garantir que o conhecimento circule, se renove e gere impacto real nas comunidades acadêmica e profissional”, reforça.
O encerramento da turma celebrou a oportunidade de suprir uma lacuna profissional em uma área pouco explorada no país. Para o setor de Cursos Livres da Univali, a elevada demanda por vagas abre caminho para novas edições do curso em 2026.
O maior da América, referência mundial
O Museu Oceanográfico da Univali (MOVI) é o maior museu oceanográfico das Américas e o segundo maior do mundo, com coleções de referência essenciais para pesquisas científicas que já permitiram a descrição de diversas espécies, consolidando-o como centro de excelência em pesquisa e conservação. Suas exposições climatizadas e acessíveis exploram desde a história da vida e da oceanografia até tubarões, tartarugas, aves e mamíferos marinhos, regiões polares, mergulho, embarcações históricas e conscientização ambiental. Com laboratórios equipados, auditório, cafeteria e amplo estacionamento, o MOVI oferece uma experiência educativa completa e acolhedora, já recebendo mais de 300 mil visitantes, incluindo mais de 70 mil estudantes em programas educativos. Fundado em 1987 pelo professor Jules Soto, que hoje é seu curador geral, o museu é referência científica, educativa e cultural na região e no mundo.
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- Museu Oceanográfico Univali univali.br/museu
Aberto de terça a domingo, das 14h às 17h30
Avenida Sambaqui, 318, bairro Santo Antônio Balneário Piçarras (SC), às margens da BR 101
museuoceanografico@univali.br (47) 3341-5570; (47) 3341-5577; (47) 9130-0269


